Sarau Interno

Vicia e alivia  Em pequenas doses trás o não sentir Em grande quantidade  Você sente até seu sangue passando pelas veias  Conforto para meu corpo cansado Refugio para minha mente perdida Esperança para minha vontade de ir  Medo para minha vontade de ficar Último da cartela  Será o suficiente para me apagar? Ou será uma nova chance de recomeçar?

Dentro da solidão  Há um mundo de perguntas não respondidas falsos amores Te amos não ditos Orgulho disfarçado Abandono...  Lá tem cheiro de dia de chuva Mas sem ninguém para dançar nela com você È uma rua sem saída  Somente com uma entrada  Repleta de medos e incertezas  È doloroso admiti-la  Encontramos nela nós mesmos  E poucos acham conforto nisso  No nosso eu vemos o que  Disfarçávamos com companhia   Se nem você encontra conforto   Sinto te dizer  È melhor estar só  

Você me enxerga  De dentro para fora  Sabe o que significa cada expressão  Mas sinto lhe informar meu amor Ainda sim não me conhece  Se conhecesse não ficaria  Não permaneceria deitado em meu peito Não estaria de madrugada me mandando mensagens  Mensagens essas que me fazem ser um pouco melhor  Não me colocaria para dentro de si  Não me daria abrigo  Nunca teria me escolhido  Nem teria me visto como opção  Meu amor você não me conhece  E eu sei disso  Mas permaneço aqui  Em uma fantasia egoísta De que um dia ira me amar  Mesmo me conhecendo 

Como as borboletas alguns de nós Humanos de alma e coração  Não enxergamos nossas asas  Não vemos o que há de bom  Não vemos nosso potencial  Não enxergamos nossa parte bonita  Como as borboletas a gente Se transforma  A todo instante Na expectativa de nos tornamos melhores  E seguirmos voo para a imensidão do céu azul Como as borboletas temos nossos  Altos e baixos  Antes de voar Rastejamos no chão Lembre-se disso nos dias ruins

Estou presa na sombra de outra pessoa perfeitamente encaixada em um mar de expectativas  sufocada pelo medo de magoar pelo medo de não ser o que cada um deseja ao meu respeito me perdi... perdi quem sou  sendo o que querem que eu seja  quem sou?? não sei nem se quisesse saberia ser meu próprio eu  sumi em meio a tantas personalidades  me afoguei nesse mar e me adaptei a viver sem ar mas a falta do meu eu segue firme na alma  boa filha boa menina  boa amiga  pessoa perfeita aos olhos alheios  e infeliz ao meus próprios olhos 

Ela se foi Ela partiu Ela cansou Ela desistiu Ela me consumiu  Por inteiro não só de forma figurativa  Eu me entreguei  Eu me abri Eu me importei  Eu amei  Por completo até não sentir mais nada Quando vejo o brilho da cidade lembro de você  Lembro do seu sorriso e das diversas histórias sobre viajar o mundo Lembro do suor escorrendo no seu rosto depois de uma caminhada  Rosto esse que nunca me cansou tanta beleza Exalava amor mas quem bem via, sentia que havia tristeza  Seus poemas merecem ser lidos por todos Poemas esses que me salvaram  Que tiraram da cabeça uma ideia de auto destruição  Você via beleza em diversas coisas  Até nas imagináveis  Eu só via beleza em você Nunca vi beleza em nada  Até te conhecer  Depois disso me senti vivo  Mas hoje me deparo morto Com sua ausência  Que por culpa do meu jeito de ser  Se tornou muito presente

Você é vício   Dos pés a cabeça Sinto muito sua falta  Acho que é sentença  Do teu toque e do teu cheiro  Sinto apenas abstinência Umas das piores drogas  Que me atrevi a experimentar  Nessa minha vida intensa  Todas as manhãs acordava com você ao meu lado Hoje me vejo passando a mão no lençol frio Pior sensação que tenho passado